Tierra y Libertad: Porta-voz dos grupos de afinidade e do anarquismo insurrecional durante a segunda república espanhola (1931-1936)
Enviado por secr_pos_dhistoria em qua, 15/08/2018 - 09:28A presente pesquisa propõe investigar uma tendência minoritária do movimento libertário espanhol: os grupos de afinidade e sua ideologia marcada pela talante insurrecional no contexto da 2ª República Espanhola. Para tanto, primeiramente, foi feita uma imersão no bojo das ideologias primordiais do anarquismo espanhol, quais sejam, o anarcocoletivismo e o anarcocomunismo – tangenciando também, ainda que em menor grau, alguns aspectos da ideologia anarcoindividualista. Surgidos do contexto de clandestinidade, tais grupos se afirmaram contra as entidades centralizadoras que, segundo os mesmos, tolhiam as ações grupistas. Contudo, no início do século XX, as referidas agrupações se isolaram do movimento operário e foram praticamente extintas devido também ao fortalecimento da tendência anarcossindicalista que culminou na criação da Confederação Nacional do Trabalho, em 1910. No seguinte período, marcadamente a partir dos conflitos sindicais de 1917 a 1923, uma outra geração de grupos de afinidade com maior perfil de classe operária surge e se conforma no bojo dos violentos conflitos, principalmente na cidade de Barcelona. Em 1927, com o surgimento da Federação Anarquista Ibérica (FAI), pela primeira vez, uma entidade específica dos anarquistas grupistas é fundada. Deste modo, a análise central do presente trabalho voltará os olhos para as nuances e contradições da ideologia anarquista insurrecional da FAI a partir de 1930, com a transição para o regime republicano. O objeto central de análise será o jornal porta-voz da FAI na república: Tierra y Libertad. Para lançar luz às contradições entre o discurso e as práticas insurrecionais, dentre as quais destacamos as ações diretas violentas e as tentativas de insurreição, é proposto um esmiuçar do conteúdo do referido jornal, apontando as limitações doutrinárias da referida tendência diante dos principais processos históricos do período – sobretudo dos eventos insurrecionais ocorridos durante a 2ª República (1931-1936).