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A presente tese tem como objetivo investigar a imigração japonesa (1908-1941) no contexto da formação do mercado de trabalho para a cafeicultura. De forma mais especifica, a tese procura compreender o interesse de fazendeiros na mão de obra asiática e como tais interesses se engendraram nos jogos políticos, resultando, oficialmente, em uma política imigratória que se refletiu no modo de vida dos japoneses. Partindo-se da perspectiva de que os imigrantes não eram apenas expectadores, mas agentes de sua própria história - ainda que condicionados pelos contextos sociais e econômicos em que se encontravam-, a pesquisa procurou lançar mão de fontes variadas, jornais, documentos oficiais e registros dos próprios imigrantes para evidenciar como os jogos políticos e de dominação influíram nas formas da imigração e, por conseguinte, na maneira como os japoneses viviam suas vidas no novo país. Dessa forma, procurou-se investigar como os nipônicos lidavam e reagiam à realidade que se apresentava diante deles, recorrendo a traços culturais que poderiam ser ressignificados diante do novo contexto ou de acordo com o lugar social de cada imigrante. Neste sentido, não foi estranho que símbolos à primeira vista universais, como o nacionalismo japonês, recebessem interpretações variadas, mesmo no interior da colônia, e causassem conflitos. Em última instância estas contendas remetiam a conflitos de visão de mundo e chegaram a culminar em casos de violência intra-étnica, como o caso da Shido Renmei e de outras disputas que surgiram entre os nipônicos que acreditavam na vitória na derrota japonesa na II Guerra Mundial.