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Esta proposta visa analisar a educação superior indígena enquanto expressão e desdobramento dos campos da política indigenista e indígena no Brasil. A partir de uma etnografia junto aos professores Ticuna (Benjamin Constant, Tabatinga – Amazonas), suas organizações políticas (CGTT e OGPTB) e suas relações com as agências indigenistas do Estado (Secad-MEC, Universidade do Estado Amazonas), investigo o processo de elaboração das políticas institucionais para a educação superior, examinando os programas e projetos político pedagógicos de dois cursos (Licenciatura para Professores Indígenas do Alto Solimões – PROLIND e Pedagogia Intercultural – PROIND) e suas concepções de povos indígenas, cultura, interculturalidade e autonomia. Pretende-se, portanto, uma antropologia da educação superior indógena, priorizando a descrição do protagonismo político dos Tikuna na construção de projetos de educação superior intercultural como forma de questionar as relações tutelares com as agências do Estado; a análise dos modelos de educação superior intercultural e dos projetos políticos pedagógicos, bem como a reflexão sobre a escrita autobiográfica e a etnobiografica como um caminho para acessar a alteridade e a realidade desse povo indígena.