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O problema central desta pesquisa se refere aos processos de rememoração e esquecimento relativos ao espaço físico do ex-convento de San Jerónimo da cidade do México, bem como de seu entorno. A partir do objeto principal, foi realizada uma análise acerca das transformações urbanas idealizadas pelo poder público em conjunto com a iniciativa privada, no período compreendido entre 1964 e 2016. Para além do recorte temporal principal, foram realizadas digressões que consideram a memória conventual entre o período em que a poetisa Sóror Juana Inés de la Cruz habitou o convento, no século XVII, até as Leis de Reforma do presidente Benito Juárez, iniciadas na década de 1850. Após o período em questão, a edificação foi utilizada para diferentes funções, como: quartel militar, salão de baile, comércio e vecindad. A partir de 1976, esse edifício, considerado deteriorado, foi reconstruído e novamente associado à memória conventual, representada pela figura de Sóror Juana, o quê, em 1979, culminou na instalação de uma instituição de ensino privado nesse local: a Universidad del Claustro de Sor Juana. Através da análise de documentos oficiais, jornais e revistas problematizou-se, também, como a instalação dessa universidade esteve vinculada a um processo mais amplo de revitalização da região central da capital mexicana, que objetivava atrair um público consumidor de classe média. Além disso, buscou-se compreender como a delimitação do Centro Histórico da cidade do México e o reconhecimento desse perímetro como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, ambos na década de 1980, convergiram para a criação de uma memória oficial, através da qual se tentou apagar os conflitos e as memórias de outros grupos que circulavam por esse espaço.