BECOME POR UMA ANTROPOLOGIA URBANA HETEROTÓPICA E ARTIVISTA
Enviado por secr_pos_csociais em qui, 20/07/2017 - 10:19O que “é tornando” pode tornar-se? Poderiam as circunscrições geográficas, científicas, estéticas e políticas vazarem em seus próprios excessos de determinações produzidas, reinventando-se constantemente e ativando “outras realidades possíveis”?
O que extrapola aos territórios é aqui tratado como beco. A imagem do beco é evocada como lugar de sobras: aos planejamentos, de lugares, de pessoas, de imagens, de palavras e relações. Vazar é, por sua vez, um movimento de expansão (uma existência incontida) de uma substância qualquer para outros domínios não circunscritos.
Este transbordamento é denominado no decorrer deste trabalho como Become, e faz referência a um movimento “que torna beco” os mapeamentos fixados e fixadores da nossa existência. Trata-se de uma abordagem teórica e metodológica que convida a outras entradas e ativações de espaços possíveis nos territórios dados. Heterotopias relacionais provocadoras e provocadas por criações singulares, que entendemos como artivistas (por estarem mais próximas da inventividade artística e da ação transformadora e menos como procedimentos voltados a objetivos específicos e/ou comprovações).
Ante o exposto, cabe-nos então perguntar se seria possível pensar uma antropologia urbana heterotópica e artivista, voltada a este movimento que captura e excede existências, resistências e reexistências, abrindo-se a “outras realidades possíveis” que coabitam e saturam nossos mapeamentos existenciais.
Perguntas, desde já, são vazamentos em territórios de respostas mapeadas.