Dentre Muros: Uma etnografia sobre um hospital psiquiatrico
Enviado por secr_pos_csociais em seg, 17/07/2017 - 10:11Esta tese se constitui em uma etnografia sobre um hospital psiquiátrico com vista a entender como se estabelecem as relações entre uma instituição psiquiátrica e a política de cuidado e controle dos considerados doente mentais. Organizada em três eixos primeiramente analiso a trajetória de sua fundação enquanto entidade filantrópica e o papel que as mulheres estabeleceram como lideranças dessas associações assistencialistas durante a primeira metade do século XX. A partir das narrativas sobre trajetórias da considerada fundadora da instituição que também leva seu nome, Benedita Fernandes, é possível compreender a trama onde a filantropia, a psiquiatria e o movimento espírita interpelam-se e se tornam responsáveis pela a construção do Hospital locus desta etnografia. Durante toda sua trajetória, o hospital através das políticas asilares, consequência de internações de longas durações, o hospital tornou-se morada de muitas pessoas que por meios dos conflitos e desigualdades sociais passarem a se constituírem como moradores deste espaço. Para compreender analiticamente quais as categorias sociais que marcam as diferenças geradoras de desigualdades sociais, que por sua vez moldam experiências cotidianas permeiam relações de gênero, classe social, e geração. Como metodologia para tal analise foram empregados como fontes de analise os dados referentes as terapêuticas e classificações presentes nos prontuários, das pessoas que se tornaram moradoras da instituição, entrevistas e diálogos com a equipe terapêutica e administrativa. Por fim analiso a (re) significações do morar dentre muros, como organizam o espaço, as experiências cotidianas e o agenciamentos na vivencias dos últimos moradores do hospital Benedita Fernandes e como a partir das narrativas do delírio (re)significam suas experiências na (re) construçução de suas próprias vidas.