A proposta dessa dissertação é realizar a análise e a compreensão do fenômeno de favelas no município de Campinas, a fim de explicitar como se dá o processo de segregação nesse tipo de moradia. Para o início desse estudo se ocupará em demonstrar como a bibliografia retrata as articulações de interesses do mercado imobiliário e do Estado na cidade e que, consequentemente, modificam as dinâmicas demográficas configurando e reposicionando os aspectos socioespaciais do urbano. Então, se trabalhará a definição e a caracterização do que são favelas no Brasil e em seguida se analisará como se estruturam as favelas, especificamente, no município de Campinas. Desse modo, se fará uso de bibliografias que abordam a produção do espaço, a noção de favela e a segregação socioespacial. Além disso, se fará uso de dados sobre aglomerados subnormais – conceito operacional utilizado para captar favelas – do Censo Demográfico do IBGE do ano de 2010, para identificar como se configura o perfil da população residente nas favelas de Campinas e quais as diferenças dos residentes de aglomerados subnormais e do município de Campinas, de acordo com a sua faixa etária, nível de instrução, cor ou raça e rendimento. Além disso, verificamos quais as características de infraestrutura urbana e os serviços públicos acessados por seus moradores, a fim de se verificar a precariedade desses assentamentos, verificando como se dá a segregação socioespacial da população de favelas. Propõe-se uma comparação entre os aglomerados subnormais de Campinas segundo as características infraestrutura urbana e os serviços públicos dos domicílios e de seu entorno. Esse estudo foi feito a partir da análise de clusters, a fim de se verificar a heterogeneidade dos aglomerados e classificá-los em tipologias de precariedade. Por fim, também foram realizadas visitas de campo para se verificar o ambiente dos aglomerados subnormais e perceber, quando possível, mudanças em relação aos dados de 2010.
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