Da autoridade ao autoritarismo: da centralidade freudiana na teoria crítica à compreensão da barbárie atual

O fio condutor que permeia essa tese é a realização de uma leitura sobre a conversão da autoridade em autoritarismo, mediada pela psicanálise e sua herança, tal como desenvolvida pela Teoria Crítica. A questão geral de pesquisa com a qual nos defrontamos é: como a autoridade, que em si não constituiria problema, se transforma em autoritarismo? E quais as manifestações atuais dessa problemática? Além de pensar metodologicamente a partir da perspectiva epistemológica do materialismo dialético interdisciplinar, o necessário abarcar do recurso dialético implica a união à crítica imanente, conforme acordado por Adorno. Como ponto de partida, situamos Freud como pensador de uma “psicanálise sociopolítica”, o que nos auxilia no passo seguinte, de redigir sobre a autoridade que se converte em autoritarismo pela esteira de escritos da Teoria Crítica primeva para, depois, expor o pensamento de autores atuais sobre o tema. Além da introdução e da conclusão, a tese é apresentada em três capítulos centrais, estando assim disposta: (a) na introdução apresentamos um memorial, a justificativa e originalidade da pesquisa, bem como a perspectiva metodológica do estudo; (b) no primeiro capítulo, compomos uma fundamentação do que qualificamos como “psicanálise sociopolítica”, em que realizamos uma incursão por textos de Freud considerados de cunho social, os quais fundamentam os autores da Teoria Crítica, situando o supereu (Überich) como conceito central; (c) no segundo capítulo, analisamos alguns conceitos/categorias presentes nas leituras de Max Horkheimer e de Theodor Adorno a partir do contexto histórico de sua época; elas são mediadas por ideias de outros autores da primeira geração, como Walter Benjamin, Erich Fromm e Herbert Marcuse, cujo intuito é verificar especificidades, semelhanças e diferenças no que tange ao tema, levando em conta elaborações fundamentadas na psicanálise; em consequência, alcançamos o conceito de “supereu social”, propondo contribuições que avancem teoricamente em relação às análises no terreno do supereu (Überich) a partir da Teoria Crítica; por fim, (d) ao terceiro capítulo reservamos um apanhado sobre caminhos que têm sido percorridos para deslindar o tema na Teoria Crítica de hoje, também considerando a apropriação da psicanálise, naquilo que contribui para análises do papel do supereu que, então, é adjetivado para fins de nosso estudo, primeiramente como “supereu social total” que, depois, passa a ser acrescido do termo “tupiniquim”, quando debatemos dois exemplos das manifestações da personalidade autoritária neoliberal no Brasil.

Data da defesa: 
segunda-feira, 30 Junho, 2025 - 14:00
Membros da Banca: 
Prof. Dr. Fabio Mascaro Querido (Orientador) - IFCH/ UNICAMP
Prof. Dr. Luiz Gustavo da Cunha de Souza - Universidade Federal de Santa Catarina
Prof. Dr. Caio Eduardo Teixeira Vasconcellos - UNESP - Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho"
Prof. Dr. Wécio Pinheiro Araújo - Universidade Federal da Paraíba
Profa. Dra. Patrícia da Silva Santos - Universidade Federal do Pará
Programa: 
Nome do Aluno: 
Elisa Zwick
Sala da defesa: 
Sala da Congregação