No debate entre realistas e antirrealistas científicos — i.e., na discussão sobre o estatuto epistêmico das teorias científicas que pressupõem a existência de entes e processos inobserváveis —, os realistas defendem que o sucesso dessas teorias nos compromete com sua verdade aproximada. No entanto, casos históricos que constituem episódios de substituição teórica mostram que, ao longo da história da ciência, diversas teorias bem-sucedidas em sua época foram posteriormente classificadas como falsas. Este trabalho se propõe a avaliar a possibilidade de manutenção da referência de termos que putativamente designam inobserváveis entre as teorias científicas sucessivas com recurso às teorias da referência, de modo a defender a continuidade teórica na ciência e salvaguardar a convicção realista de que o sucesso das teorias científicas é devido a sua verdade aproximada e acerto na referência ao nível inobservável. O Capítulo 1 apresenta, em termos gerais, o debate entre realistas e antirrealistas científicos. O Capítulo 2 introduz alguns argumentos do debate, considerações realistas sobre o problema da descontinuidade teórica na ciência e os casos históricos mais relevantes a serem examinados por nós. O Capítulo 3 analisa as teorias da referência e suas propostas de aplicação aos casos históricos. Tais teorias são avaliadas no Capítulo 4, frente ao seu desempenho em casos históricos escolhidos. O Capítulo 5 tece algumas considerações gerais sobre a análise empreendida nesta dissertação.
Uma análise da questão da continuidade teórica na ciência
Data da defesa:
quarta-feira, 28 Fevereiro, 2024 - 16:00
Membros da Banca:
Presidente Prof. Dr. Silvio Seno Chibeni IFCH/ UNICAMP
Membros Titulares Prof. Dr. Marco Antonio Caron Ruffino IFCH/ UNICAMP
Prof. Dr. Bruno Borge Universidad de Buenos Aires
Membros Suplentes Prof. Dr. Márcio Barreto FCA/ UNICAMP
Dr. Bruno Malavolta e Silva Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Programa:
Nome do Aluno:
Débora de Oliveira Silva
Sala da defesa:
CLE/UNICAMP