AMER – A primeira América de Bardi: diário de bordo de P. M. Bardi (1933-1934)

A tese se inspira nos escritos de Pietro Maria Bardi (La Spezia, Itália, 1900 – São Paulo, 1999) conservados em diversos arquivos no Brasil e na Itália e faz uma análise comentada de seu diário de viagem escrito em 1933. Na época ele viajava de Nápoles, na Itália, para Buenos Aires, na Argentina, levando uma exposição de arquitetura racionalista italiana. Era o período do fascismo. O navio aportou em alguns portos brasileiros, de modo que foi o primeiro contato de Bardi com o país que, anos depois, em 1946, ele escolheria para morar a convite do empresário Assis Chateaubriand, para juntos criarem o Museu de Arte de São Paulo. O presente estudo, que visava inicialmente examinar a intensa produção jornalística de Bardi no Brasil, fruto de sua experiência anterior na Itália, se fixou nesse manuscrito citado, pois ali estão presentes algumas referências sobre o tema do jornalismo, um de seus principais focos de interesse desde jovem, paralelamente à cultura em geral, principalmente à arte e à arquitetura e mais tarde aos museus. Ao mesmo tempo aparece o Bardi como homem ainda jovem, passando por alguns conflitos pessoais. Nota-se seu espírito curioso, observador, por vezes irônico, coletor de informações e dados para transformar em textos. Ele observa o país que está visitando, seus costumes, as cidades. O interesse pelo jornalismo transparece mesmo nas anotações esparsas do diário, de modo que paralelamente se focaliza este viés de jornalista que sempre o caracterizou e que, de certo modo, com o apoio de um empresário de jornais, Assis Chateaubriand, o ajudaria a fixá-lo no Brasil anos depois.