Cecult 30 anos: História Social Hoje
Cecult 30 anos: História Social Hoje
O Centro de Pesquisa em História Social da Cultura (Cecult) do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp comemora seus 30 anos de trajetória em 2025 com o seminário “Cecult 30 anos: História Social Hoje”, que será realizado nos dias 13 e 14 de novembro, no IFCH. Com o tema “Cecult 30 anos cavucando”, o evento reunirá pesquisadoras e pesquisadores formados pelo centro ao longo das últimas décadas para discutir os rumos e os desafios contemporâneos da história social.
No dia seguinte, 14 de novembro, as atividades continuam no Auditório Fausto Castilho com duas mesas-redondas. A primeira, marcada para às 9h, tem como tema "Mundos do Trabalho na Escravidão e na Liberdade" e contará com a participação de Cristiana Schettini Pereira, Iacy Maia Mata, Leonardo A. de M. Pereira e Paulo Fontes.
À tarde, às 14h, será realizada a segunda mesa-redonda, intitulada "África e Diáspora Africana", com apresentações de Crislayne Gloss Marão Alfagali, Gabriela dos Reis Sampaio, Matheus Serva Pereira e Wlamyra Ribeiro de Albuquerque.
Criado em agosto de 1995, o Cecult nasceu como Centro Interno de Pesquisa em Cultura Popular, reunindo docentes do Departamento de História em torno de um objetivo comum: promover pesquisas sobre as experiências históricas dos trabalhadores no Brasil – suas práticas e formas de expressão, seus conflitos com senhores e autoridades, e os significados atribuídos ao cotidiano. Em 1997, o grupo passou a se chamar Centro de Pesquisa em História Social da Cultura, acompanhando a ampliação temática e metodológica de suas investigações.
Desde então, o Cecult se consolidou como uma referência na historiografia brasileira. Em três décadas de atuação, coordenou 15 projetos coletivos, orientou mais de 300 teses, dissertações e monografias e publicou cerca de 70 livros em coleções organizadas diretamente pelo centro — além de inúmeros projetos individuais, livros, coletâneas, capítulos e artigos autorais, bem como cursos, seminários e congressos que marcaram sua atuação acadêmica e intelectual.
Ao longo do tempo, suas pesquisas incorporaram novos olhares sobre classe, raça e gênero, investigando as fronteiras entre escravidão e trabalho livre e o processo histórico de lutas por direitos políticos e sociais no Brasil.
Nos anos 2000, o centro teve papel pioneiro na incorporação da História da África ao campo acadêmico brasileiro, ampliando o escopo das pesquisas e contribuindo para a institucionalização da área no país após a promulgação da lei que tornou obrigatório o ensino da história africana nas escolas. Essa expansão temática fortaleceu a dimensão transatlântica das pesquisas sobre escravidão, diáspora e experiências africanas e afrodescendentes.