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Era previsível. Dificilmente o debate sucessório deixaria de suscitá-la ao menos nos circulos mais informados da opinião.

Com efeito, a convergência entre o programa econômico do candidato presidencial preferido dos empresários e o pacote de políticas prescrito desde meados da década passada pelo FMI, o Banco Mundial e outras agências internacionais menos cotadas tornava inevitável a questão: como entender essa proposta e a  acolhida que ela encontra nos meios empresáriais? Expressões, ambas, de um consenso livremente formado pelas eleites nativas, capazes apesar de tudo de aprender com seus próprios fracassos? Ou aceitação subalterma de uma fórmula produzida e inculcada pelos protagonistas de uma economia -mundo em profunda transformação?

No que vem a seguir não abordaremos diretamente essa questão. Nos termos em que está posta, ela se presta perfeitamente a fins de polêmica, mas não convida um bom exercício de interpretação. Os fatos a justificam. Mas eles não são tão novos assim. Para compreendê - los precisamos nos distanciar por um instante da conjuntura presente e voltar nossos olhos para o momento histórico em que a mudança neles implicada ocorreu.