Esta pesquisa é o resultado de um estudo feito com pessoas diagnosticadas, segundo a medicina psiquiátrica, com depressão e transtorno afetivo bipolar, com o objetivo de compreender (para além dos conhecimentos psiquiátricos) os significados que atribuem ao seu mal-estar, quais discursos e representações e sentidos que se utilizam para falar de suas experiências de sofrimento, bem como as formas de gestão do cuidado de si e itinerários terapêuticos que trilham. O foco empírico ocorreu a partir das atividades promovidas pela ABRATA – Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos em que se analisou a diversidade de narrativas construídas – por estas pessoas e seus familiares sobre seus mal-estares e formas de gestão de seus sofrimentos. Para a realização da pesquisa foi necessário pessoas voluntárias com as quais realizou-se conversas individualmente e, também, se reuniram em uma espécie de grupo de apoio mútuo (similar ao que já é realizado pela ABRATA), uma roda de conversa na qual falaram livremente de suas concepções e experiências de sofrimento, aflição e as formas de gerir tais experiências. Foi utilizado o método etnográfico, a partir das técnicas da observação participante, coleta de dados através da fala dos sujeitos que participaram dessas rodas de conversa e entrevistas/conversas individuais. Foram feitos estudos teóricos na área antropologia da saúde, saúde mental, processos de saúde/doença, a partir dos quais são analisados os dados coletados na pesquisa de campo. Os resultados esperados deste projeto de pesquisa são contribuir para a área da Antropologia que estuda fenômenos sociais ligados à saúde/doença de forma a enriquecer e complementar os estudos biomédicos já existentes e dar uma outra visão sobre diferentes concepções destes tipos de experiências relacionados a sofrimento, aflição, doenças mentais, mostrando maneiras distintas de compreendê-las e lidar com elas, além de colaborar para dar lugar e voz ao entendimento e visão daqueles que convivem diariamente com esses mal-estares.
Sobre-Viventes: entre o mal-estar da existência e a gestão do cuidado de si
Data da defesa:
segunda-feira, 30 Setembro, 2019 - 12:00
Membros da Banca:
Susana Soares Branco Durão - orientadora
Taniele Cristina Rui - membro
Rafael Afonso da Silva - membro
Carolina Branco de Castro Ferreira - suplente
Heloisa Buarque de Almeida - suplente
Programa:
Nome do Aluno:
Ligia Araujo Macedo Medeiros
Sala da defesa:
Sala de Defesa de Teses