Esta dissertação aborda a construção política da noção de “infanticídio indígena” no Brasil por meio do estudo de atores vinculados à bandeira da luta que prevê o seu combate. Este grupo é formado majoritariamente por colaboradores da organização brasiliense de atuação missionária Atini Voz Pela Vida e políticos da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional, responsáveis pela criação e defesa do PLC 119/2015 – outrora PL 1057/2007 – que disserta sobre a existência de “práticas tradicionais” entre povos indígenas no Brasil. O chamado infanticídio é enquadrado por esses atores como uma prática tradicional que viola o direito fundamental à vida e, por este motivo, deve ser amplamente coibido pelo Estado. Os principais aspectos tratados na pesquisa são o mapeamento e a análise da chamada bandeira da luta contra o infanticídio indígena, construídos através da realização de entrevistas com parlamentares e com a advogada da organização Atini Voz Pela Vida, e por meio de observação etnográfica. Analiso o material etnográfico à luz de bibliografias da antropologia e da etnologia que tratam sobre religião e atuação de missionários entre povos indígenas, trabalho a noção de pluralismo jurídico e proponho uma discussão sobre pesquisas antropológicas com sujeitos pelos quais não nutrimos empatia.
Quando o outro não diz: A construção da expressão "infanticídio indígena" e a conformação de seus atores sociais no Brasil
Data da defesa:
sexta-feira, 7 Janeiro, 2022 - 09:00
Membros da Banca:
Profa. Dra. Artionka Manuela Góes Capiberibe IFCH/ UNICAMP
Profa. Dra. Marianna Assunção Figueiredo Holanda Universidade de Brasilia
Prof. Dr. Frederico Normanha Ribeiro de Almeida IFCH/ UNICAMP
Programa:
Nome do Aluno:
Ana Carolina Saviolo Moreira
Sala da defesa:
Integralmente à distância - https://youtu.be/Eic7DobHEv4