Quando o essencial é invisível aos autos: Informalização da justiça e o nascimento do Direito Sistêmico no Brasil

A última década testemunhou a crescente adoção da "constelação familiar" como um método de resolução de conflitos nos tribunais brasileiros, originado da terapia breve desenvolvida por Bert Hellinger. Este estudo investigou as interações dos "juristas sistêmicos", que promoveram essa abordagem entre 2018 e 2023, mesmo durante a pandemia de Covid-19, e observou um aumento nas atividades e projetos de constelação familiar no Brasil. Os objetivos incluíram mapear os argumentos dos juristas para justificar sua implementação no serviço público, analisar como esses argumentos foram mobilizados para construir narrativas de apoio e compreender as crenças e visões de mundo compartilhadas entre os adeptos da constelação familiar e do Direito Sistêmico. Utilizando uma abordagem etnográfica para coletar dados, o estudo considerou o Direito como um campo de relações permeado por diversas lógicas, influenciando disputas e práticas judiciais. Conclui-se que o Direito Sistêmico surge como consequência das políticas judiciais atuariais e neoliberais adotadas pelo Judiciário brasileiro desde os anos 1990, enquanto o crescimento dos juristas adeptos sugere a formação de um subcampo comprometido em consolidá-lo como uma reação legal aos avanços de pautas progressistas de inclusão de minorias no Brasil.

Data da defesa: 
quarta-feira, 29 Maio, 2024 - 08:00
Membros da Banca: 
Prof. Dr. Frederico Normanha Ribeiro de Almeida - IFCH/UNICAMP
Profa. Dra. Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer - USP
Profa. Dra. Natália Corazza Padovani - IFCH/UNICAMP
Prof. Dr. Andrei Koerner - IFCH/UNICAMP
Profa. Dra. Ana Carolina da Matta Chasin - UNIFESP
Nome do Aluno: 
Elizabete Pelegrini Garcia
Sala da defesa: 
Sala de defesa de Teses I