A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV/Aids (PrEP) é a mais nova estratégia com a promessa de diminuir os novos casos de infecção pelo vírus da aids. Desde 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda seguramente a eficácia da PrEP e incentiva a implementação de políticas locais da profilaxia para populações-chave, buscando se referir às populações prioritárias que são afetadas desproporcionalmente pela epidemia de hiv/aids.
A partir da etnografia de um Centro de Referência de Campinas/SP, esta pesquisa se debruça em compreender como o manejo clínico da PrEP no SUS, iluminam as formas contemporâneas de gestão de populações, neste casos aquelas sob as categorias risco e vulnerabilidade ao hiv/aids. A partir da história conceitual do risco e da vulnerabilidade, mobilizados pelos saberes biomédicos e dos diversos documentos que compõem a PrEP, compreendidos aqui como artefatos etnográficos, esta pesquisa se ampara nas reflexões da Antropologia das práticas e processos estatais, a partir das fichas, exames, questionários e aquilo que irá compor a dinâmica de circunscrição de populações elegíveis para a PrEP.