Pátria ou morte: nacionalismo e socialismo em Casa de las Américas

 A presente pesquisa aborda a construção e a disseminação do nacionalismo associado ao socialismo, tanto no contexto dos debates internos da Revolução Cubana quanto na sua influência na intelectualidade latino-americana. O foco central da análise foi a revista cubana Casa de las Américas, que se destacou como um veículo essencial para a elaboração e divulgação de temas relacionados à nação, ao subcontinente e à revolução, reunindo uma vasta rede de intelectuais cubanos e internacionais. Embora a revista não tenha apresentado um discurso homogêneo, defende-se que entre o n.1 e 28-29, em que esteve sob a direção do poeta Antón Arrufat, Casa se orientou a partir de um projeto nacionalista revolucionário cosmopolita que uniu intelectuais criadores de diversas gerações e nacionalistas revolucionários em defesa das potencialidades locais em conexão com diferentes correntes teóricas e literárias. Esse projeto, afastou-se de dogmatismos e didatismos defendidos por intelectuais comunistas revolucionários. Em 1965, a aproximação econômica, política e cultural com a União Soviética levou também à adesão do realismo socialista como estética capaz de prover a Revolução dos símbolos necessários à sua continuidade, marcando também o fim da unidade entre criadores e nacionalistas revolucionários. Na tensa equação entre nação e revolução na América Latina, o socialismo passou a servir, acima de tudo, à pátria.