Disputando o governo do conflito: Política awá entre a guerra e a transição na Colômbia

Embora “resistência” seja o paradigma analítico para entender a relação entre os grupos indígenas colombianos e o prolongado conflito armado pelo qual o país está passando, esta tese trata da relação constitutiva entre o exercício do governo indígena, do poder e da guerra. Assim, abordo as maneiras pelas quais o povo indígena Awá, localizado no sudoeste do país, reconfiguraram suas ações políticas, participando das práticas e sentidos do conflito armado, do multiculturalismo e do humanitarismo. Os Awá tiveram uma profunda experiência de exclusão e exploração histórica e, nas últimas décadas, foram um dos povos indígenas mais violentados devido às ações de guerrilhas, grupos paramilitares e agentes do estado. No entanto, foi no meio dessa situação que eles conseguiram consolidar sua organização política agrupando comunidades dispersas por séculos. Para entender esse processo, serei guiado pelos sentidos que os Awá dão à sua história política, que vai da ocultação colonial à visibilidade contemporânea, em um processo no qual desenvolvem estratégias para incorporar práticas e discursos do multiculturalismo e humanitarismo, e ao mesmo tempo, lhe disputar o atuar dos grupos armados, ao estado e aos agentes humanitários no seu seus territórios, a fim de consolidar sua autoridade como governo indígena num cenário de transição que hoye parece colapsar.

Data da defesa: 
sexta-feira, 6 Março, 2020 - 17:00
Membros da Banca: 
Prof. Dr. Jose Mauricio Paiva Andion Arruti (Presidente) - UNICAMP
Prof. Dr. João Pacheco de Oliveira Filho - UFRJ
Profa. Dra. Nashieli Cecilia Rangel Loera - UNICAMP
Profa. Dra. María Victoria Uribe Alarcón - Universidad del Rosario
Profa. Dra. Adriana Maria Villalon - UNICAMP
Nome do Aluno: 
Juan Felipe Hoyos Garcia
Sala da defesa: 
Sala da Congregação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas