Invenções indígenas: antropologias, políticas e culturas em comparação desde os movimentos Nahua (Jalisco, México) e Tupinambá (Bahia, Brasil)
Enviado por secr_pos_antropo em ter, 24/10/2017 - 11:21Esta pesquisa é uma comparação entre o movimento indígena dos Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia, Brasil, e o dos Nahuas de Ayotitlán, no sul de Jalisco, México. Em ambos os casos se tratam de lutas pelo reconhecimento de direitos e pela reconstituição como populações indígenas, demandas que, no entanto, tem sido questionadas pelas populações vizinhas, governos e especialistas por considerá-los indígenas aculturados ou misturados. Esta situação tem levado aos produtores das politicas das diferencias a montagens categoriais (teóricos e práticos) para explicar porque estes supostos indígenas exíguos teriam decidido “assumir uma identidade indígena”; do mesmo modo que os movimentos têm produzido amplos repertórios (teóricos e práticos) para responder aos questionamentos de sua suposta escassa indianidade. Um confronto que obviou relações assimétricas e de colonialidade na disputa pelo indígena.
No médio desse conflito, marcado por invenções e contra invenções, estes movimentos obviaram sua produção teórico-prática e seu lugar como coprodutores da antropologia feita ao redor das questões políticas que levantam, levando na pesquisa alguns questionamentos éticos, metodológicos, epistemológico, político e teóricos que foram definindo tanto o proceder com os efeitos que se buscaram com ela.
Para dar conta da pesquisa e do trabalho escrito, foram abordados quatro grandes aspectos: o primeiro, ver a relação entre as praticas indígenas e as da antropologia na produção das categorias em disputa que definem ambos os conflitos; o segundo, documentar a produção no entramado desses movimentos das definições de alteridade e mesmidade; terceiro, fazer uma leitura possível desde o ponto de vista deles e de suas lutas para entender de uma maneira mais ampla esses entramados históricos e fora dos enquadramentos designados; e finalmente, um trabalho autorreflexivo das relações que foram se construindo ao longo das relações, dentro e fora da pesquisa, para obviar o trabalho e a prática antropológica tanto na produção do conflito, como na extensão e coprodução das questões que eles fazer aos mundos no indígenas.