A busca pelo fim da Cracolândia: etnografia de uma aporia urbana

A partir de um estudo etnográfico (2011-2015) na região do centro de São Paulo conhecida e estigmatizada como Cracolândia, a presente pesquisa pretende investigar como essa territorialidade se consolidou como um impasse entre uma série de atores e esferas da vida social (saúde, segurança pública, assistência social, igrejas, empresas privadas, mercado imobiliário, movimentos sociais, apenas para citar alguns). Problema político, social, urbano e espiritual; de saúde e de higiene, a questão da Cracolândia coleciona, ao longo da última década, várias tentativas frustradas das distintas gestões municipal, estadual e federal de suprir a difusa demanda pelo seu fim. Combinando itinerância com resistência territorial, a Cracolândia insiste em se manter viva no cotidiano da cidade, conformando uma verdadeira aporia urbana. O ponto de partida analítico da investigação está nesta unidade territorial que circunscreve o problema de pesquisa, a qual, entretanto, não é tomada do ponto de vista ecológico, mas como uma cena urbana que se caracteriza como um ponto de enfeixamento que extravasa a própria “questão do crack” ou das drogas e conforma uma complexa trama de relações. Constata-se que, apesar das atuais políticas (estatais e não estatais) idealizarem “acabar com a Cracolândia”, elas também produzem uma fixação territorial do público alvo na região. Na tentativa de cercar o problema analisado, a metodologia utilizada abarca a análise de situações de campo, cenas descritivas, trajetórias e percursos individuais.

Data da defesa: 
sexta-feira, 24 Março, 2017 - 17:00
Membros da Banca: 
Ronaldo Romulo Machado de Almeida - orientador
Vera da Silva Teles - membro externo
Mauricio Fiore - membro externo
Susana Soares Branco Durão - suplente interno
Ana Paula Galdeano Cruz - suplente externo
Nome do Aluno: 
DEBORAH RIO FROMM TRINTA
Sala da defesa: 
Sala 13 A