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Edição bilíngue da obra de Descartes, Meditationes de prima philosophia: meditatio tertia. Tradução de Fausto Castilho. Sinopse da terceira meditação - Na terceira meditação, parece que me estendi suficientemente na explicação de meu principal argumento para provar a existência de Deus. Todavia, a fim de que a mente dos leitores se separe, o mais que possa, dos sentidos, nela não quis empregar nenhuma comparação pedida a coisas corporais e, por isso, talvez restem muitas obscuridades que depois serão por completo dissipadas, espero, nas respostas que dei a objeções que me fizeram. Exemplo, entre outras, o modo como a ideia do ente sumamente perfeito que há em nós tem tanta realidade objetiva, isto é, participa por representação de tantos graus de ser e de perfeição*, que ela só pode resultar de uma causa sumamente perfeita, o que ali fica esclarecido pela comparação com uma máquina muito perfeita, cuja ideia se encontra na mente de algum artíficie; e do mesmo modo que o artifício objetivo dessa ideia deve ter uma causa – ou o saber do artífice ou de quem o recebeu, – assim também a ideia de Deus, que está em nós, não pode ter por causa senão Deus ele mesmo.
*c'est-à-dire participe par représentation à tant de degrés d'être et de perfection.
Série: Textos Didáticos Área de conhecimento: História Ano: 1993