Publicações

Situando Aristóteles na discussão acerca da natureza da causação
Davi Heckert César Bastos

Agradecimentos

Resumo

Introdução

2 - Causação segundo John Leslie Mackie 

3 - Ernest Sosa sobre a causação 

4 - As teorias aristotélicas da aitia e da apodeixis: causação, explicação e essência 

Conclusão

Bibliografia 

 

Apresento a teoria de causação de Aristóteles de maneira que privilegie a comparação com a discussão contemporânea de causação, quer pelo recorte das questões envolvidas, quer pela terminologia utilizada. Comparo a visão de Aristóteles com a de Mackie (1993/1965) e a de Sosa (1993/1980). Mackie é regularista e humeano acerca da metafísica da causação, mas possui uma teoria sobre aspectos formais da relação causal que é similar à teoria aristotélica. Ao introduzir a noção de campo causal como um terceiro relata causal – um espaço amostral dentro do qual a causa deve ser selecionada como uma explicação coextensiva ao efeito –, Mackie adota uma postura que ensejamos comparar com Aristóteles, na medida em que ambos defendem que a relação causal é triádica. Sosa (1993/1980) defende que toda causa necessita seu efeito, argumentando contrariamente à visão humeana clássica, e propõe também um pluralismo causal. Ambas essas teses de Sosa são claramente aristotélicas. Aristóteles compreende que a relação causal possui três relata: um subjacente C, uma propriedade desse subjacente A e uma causa B que explica por que tal propriedade é atribuída a tal subjacente. O subjacente é similar até certo ponto à noção de campo causal de Mackie, pois acerca dele a causa deve ser coextensiva à propriedade. Mas Aristóteles vai além e afirma que para cada explanandum (propriedade atribuída a um subjacente do qual se almeja investigar a causa) há uma única causa, a qual o necessita. Sosa e Aristóteles se assemelham ao desenvolverem uma espécie de pluralismo causal a partir da defesa da relação causal como envolvendo alguma espécie de necessidade. Para Aristóteles, causas/explicações [aitiai] são centrais para o conhecimento científico, e sua estrutura triádica determina a estrutura silogística da demonstração científica. Além disso, a visão de causação de Aristóteles envolve compreender a efetivação de capacidades (propriedades disposicionais dos objetos) afirmando que a relação causal é sim resultante de propriedades intrínsecas aos objetos, e a causa B é a essência do explanandum que pode envolver propriedades disposicionais.


Série: Monografia
Ano: 2020
ISBN Impresso: 978-65-87-198-11-8
ISSN Impresso: 22369759
Peso: 100 gramas
Tamanho: 15x21
Número de páginas: 72
Arquivo digital do livro: PDF icon livro_1-versaofinal-davi.pdf
Resumo do livro: Arquivo indisponível
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