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De Sul e Norte, de Leste a Oeste, um espectro ronda nosso movimento feminista e lésbico: o essencialismo. Definindo o ser mulher (ou lésbica) como uma "identidade" que se deveria "descobrir" ou "afrimar", nos perdemos em uma busca de revalorização do "feminino" ou da "diversidade" como algo positivo, que nos poderia retirar do impasse ao qual o sistema (hetero) patriarcal, racista e de classes nos levou. Muitas vezes, inclusive, muitas feministas e lésbicas mais radicais caem na tentação de acreditar finalmente, no fundo, nossa situtação repousa sobre uma base biológica: a famoso "diferença dos sexos", a capacidade que algumas de nós temos de engravidarmos e parir as gerações seguintes. Um dos elementos que nos leva a essa crença é a famosa teoria "sexo/gênero", que muitas de nós temos aprendido, e muitas vezes ensinado, em dezenas de oficinas: por trás do gênero, que pe social, esta o biológico, que não deixa de ser natural... Que alívio! A moral fica a salvo já que depois de tudo a heterossexualidade é a forma normal e lógica de se relacionar, ainda que algumas saiam dela. E nos deixa com uma esperança simples: o feminino, que tem sido sempre oprimido, um belo dia fará sua revanche (ainda que não saibamos muito bem como, mas é de sobra conhecido que algum dia, por operação divina, "os primeiros serão os últimos")...
Série: Consignados Docentes IFCH Área de conhecimento: Ciência Política Ano: 2014 Peso: 200 gramas Tamanho: 14x23 Número de páginas: 222 Arquivo digital do livro: Arquivo indisponível Resumo do livro: Arquivo indisponível