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Quando a profissão mais antiga do mundo se torna um novo objeto da História, inúmeros problemas metodológicos se colocam para o historiador . Mas do que em qualquer outro tema, aqui se adentra num mundo povoado por cliches e estereótipos . Lembramos logo da mocinha ingênua que é seduzida pelo noivo e que abandonada, "cai no abismo da vida" como nos romances românticos, ou da jovem trabalhadora enganada pelo patrão desalmado, que aparece na imprensa operária dos inícios do século atual, ou ainda da garota traficada por gangues organizadas de cafetões cruéis, vilões exploradores do lenocínio, na cidade grande. Constatamos que estamos cercados por fantasmas, por muita literatura e ficção é inevitável, então optamos por um percurso teórico-metodológico que permita o questionamento desses mitos e a construção de representações instituidas como verdade há muito tempo.