Próximas Defesas

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Significados Ambivalentes: Identidades luso-africanas e qualificativos de cor em Angola do século XVIII
Aluno(a): Gabriel Antonio Bomfim Seghetto
Programa: História
Data: 20/06/2024 - 14:00
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Aldair Carlos Rodrigues - Orientador (UNICAMP)
  • Crislayne Gloss Marão Alfagali (PUC-RIO)
  • Lucilene Reginaldo (UNICAMP)
Descrição da Defesa:

Este trabalho propõe investigar os significados sociais e políticos atribuídos aos termo mulato e pardo, durante o século XVIII, em Angola. Examina-se se ambos os qualificativos de cor eram reivindicados como identidades políticas, fenômeno observado no sudeste do Brasil colonial durante o mesmo período. A análise das construções sociais em torno de mulato e pardo será feita no contexto de interações entre costa (Luanda) e os sertões, ponto de origem de muitas vítimas do tráfico e onde encontravam-se unidades políticas independentes ou alinhadas à administração colonial através de pactos de vassalagem. A pesquisa considera a tensão entre reivindicar identidades e ter classificações atribuídas por autoridades coloniais. Argumenta-se que a elaboração de sentido dos qualificativos pardo e mulato ocorreu ao longo do século, como parte da definição de fronteiras político-culturais entre o governo português em Angola e as chefaturas interioranas. Identidades e formas de identificação distinguiam agentes do tráfico de potenciais alvos de escravização. Simultaneamente, as definições de ambos os termos variava conforme as necessidades eminentes de diferenciar quem pertencia ao sertão gentílico e "bravo" ou aos domínios coloniais. Consultou-se as seguintes tipologias documentais: correspondência oficial, legislação aplicada a Angola, relatos sobre Luanda e os sertões, narrativas de viagem, contagens e mapas populacionais. A investigação recuperou os usos das palavras mulato e pardo, e as variantes de ambas, nos contextos socioculturais em que foram empregados.

Comunidade ética e história na filosofia de Kant
Aluno(a): Nicole Msartinazzo
Programa: Filosofia
Data: 21/06/2024 - 13:00
Local: Sala de Defesas de Teses I
Membros da Banca:
  • Profa. Dra. Monique Hulshof (Presidente) (Orientador) Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Dr. François Calori Instituição de Origem: Universite de Rennes I
  • Dr. Ricardo Ribeiro Terra Instituição de Origem: Universidade de São Paulo /São Paulo
  • Dr. Bruno Nadai Instituição de Origem: Universidade Federal do ABC /Santo André
  • Dr. Vinicius Berlendis de Figueiredo Instituição de Origem: Universidade Federal do Paraná /Curitiba
  • Dr. Diego Kosbiau Trevisan Instituição de Origem: Universidade Federal de Santa Catarina, /Florianópolis
  • Profa. Dra. Yara Adario Frateschi Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Dr. Robinson dos Santos Instituição de Origem: UFPel Universidade Federal de Pelotas /Pelotas
Descrição da Defesa:

A presente tese visa traçar a relação entre os âmbitos individual e coletivo no que diz respeito à moral kantiana, a partir de uma análise do conceito de comunidade ética, apresentado por Kant em 1793, com a publicação da Religião nos limites da simples razão. Assim, em um primeiro momento busca-se reconstruir e examinar a dualidade a partir da qual Kant pensa o problema do mal: por um lado, uma predisposição (Anlage) para o bem, por outro, uma propensão (Hang) para o mal. A predisposição para o bem, por estar inserida em um contexto teleológico, proporciona a ele uma direção de desenvolvimento que encontra respaldo na filosofia da história. A propensão para o mal, por sua vez, suscita interpretações que vinculam o surgimento do mal à mera convivência entre os seres humanos. Ora, partindo de uma análise dessa relação entre o mal e o âmbito social, procura-se investigar os efeitos que uma mudança na forma de sociabilidade pode ter nos indivíduos. Assim, chega-se à ideia da comunidade ética como uma resposta coletiva ao problema da degradação moral. Entretanto, um exame detido do conceito de comunidade ética mostra que ela só é possível dentro do contexto de uma comunidade política bem estabelecida. Deste quadro, resultam duas hipóteses. Primeiro, que o progresso político é condição necessária, mas não suficiente para a realização da moral em seu aspecto coletivo. Segundo, que as condições políticas podem influenciar na realização da moralidade pelos agentes individuais, seja pela distorção das opções éticas, seja por auxiliar na formação de um caráter sensível.

Revisitando a democracia racial
Aluno(a): Teófilo de Souza Carmo Reis
Programa: Sociologia
Data: 25/06/2024 - 14:30
Local: Sala Multiuso
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Mario Augusto Medeiros da Silva (Presidente) (Orientador) - IFCH/ UNICAMP
  • Profa. Dra. Mariana Miggiolaro Chaguri - IFCH/ UNICAMP
  • Dr. Antonio Sérgio Alfredo Guimarães - Universidade de São Paulo
  • Dr. Valter Roberto Silvério - Universidade Federal de São Carlos
  • Dr. Paulo Sergio da Costa Neves - Universidade Federal de Sergipe
Descrição da Defesa:

O presente trabalho revisita a ideia de democracia racial com uma combinação de elementos vindos do pensamento social brasileiro e da epistemologia social. Argumenta-se que as ferramentas filosóficas da epistemologia social, sobretudo aquelas ligadas às chamadas epistemologias da ignorância, ajudam a compreender os mecanismos pelos quais a ideia de democracia racial se modificou e atualizou ao longo do tempo. O primeiro capítulo apresenta conceitos da epistemologia social, com destaque para as noções de ignorância branca e injustiças epistêmicas. O segundo capítulo revisita o histórico de desenvolvimento de ideias que ajudaram a estabelecer o ideário da democracia racial. Passa-se então ao terceiro capítulo, onde os elementos apresentados anteriormente são utilizados na elaboração de uma nova abordagem para a democracia racial, na qual os elementos epistêmicos são trazidos para primeiro plano. Por fim, o quarto capítulo faz uma releitura de alguns trabalhos de Abdias Nascimento e Sueli Carneiro à luz da abordagem introduzida no capítulo anterior.

Migrações haitianas: presença e vivência em Campinas-SP
Aluno(a): Sophia Damiano Rovêre
Programa: Demografia
Data: 27/06/2024 - 09:00
Local: Sala de Defesas de Teses I
Membros da Banca:
  • Profa. Dra. Rosana Aparecida Baeninger (Presidente) (Orientador) Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Profa. Dra. Joice Melo Vieira Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Profa. Dra. Ana Cecília Cossi Bizon Instituição de Origem: IEL/ UNICAMP
  • Dr. Paolo Parise Instituição de Origem: Instituto Teológico São Paulo /São Paulo
  • Dr. Joao Carlos Jarochinski Silva Instituição de Origem: Universidade Federal de Roraima /Boa Vista
  • Prof. Dr. Alberto Augusto Eichman Jakob Instituição de Origem: REIT/ UNICAMP
  • Dra. Andrea Poleto Oltramari Instituição de Origem: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, /Rio Grande do Sul
  • Dra. Renata da Silva Nobrega Instituição de Origem: Universidade Federal de Rondônia /
Descrição da Defesa:

Os recentes fluxos de imigração haitiana para o Brasil, sobretudo para a cidade de Campinas/SP e região estão associados a estruturação dos fluxos migratórios Sul-Sul (PHELPS, 2014) e as migrações transnacionais (GUARNIZO, 1998; GUARNIZO et al, 2003; GLICK-SCHILLER et al, 1992, 1995; GLICK-SCHILLER, 2012; PORTES, 2004, 2006). Desse modo, as migrações transnacionais ancoram-se nos processos globalizantes (MARTINE, 2005; SASSEN, 2010), que ao mesmo tempo que dinamizam o fluxo de capital e pessoas através das redes, são fragmentados e seletivos, produzindo e acentuando desigualdades (IANNI,2001; SANTOS, 2012). É neste contexto de ambiguidades criados pela globalização que estão inseridos os migrantes haitianos e haitianas, onde a formulação da sua história migratória se dá através de dimensões relacionadas com o contexto social da origem do fluxo e das possibilidades de acesso aos destinos, incluindo o âmbito intramunicipal, reformulando permanentemente seus projetos migratórios (BOYER, 2005; MA MUNG, 2009). Com isso, o objetivo do trabalho é de analisar as migrações transnacionais Sul-Sul a partir do contexto da imigração haitiana no município de Campinas/ SP, avançar na fundamentação teórico-metodológica a respeito da imigração haitiana, realizar entrevistas qualitativas com os sujeitos de pesquisa, identificar a estruturação das redes migratórias no caso haitiano (BOYD, 1989; MASSEY, 1988 e 1993; TRUZZI, 2008), os territórios circulatórios (TARRIUS, 1993 e 2000) dos haitianos e haitianas em Campinas/SP e analisar seu projeto migratório (BOYER, 2005; MA MUNG, 2009).

A outra margem do Rio Verde: etnografia da violência ambiental no território tradicional caiçara da Jureia
Aluno(a): Rodrigo Ribeiro de Castro
Programa: Antropologia Social
Data: 27/06/2024 - 14:00
Local: Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Mauro William Barbosa de Almeida - Presidente
  • Profa. Dra. Emilia Pietrafesa de Godoi - Titular
  • Prof. Dr. Carlos Santos - Titular
  • Profa. Dra. Nashieli Cecilia Rangel Loera - Titular
  • Profa. Dra. Sônia Maria Simões Barbosa Magalhães Santos - Titular
  • Prof. Dr. Augusto de Arruda Postigo - Suplente
  • Profa. Dra. Carmen Silvia Andriolli - Suplente
  • Profa. Dra. Mariana Miggiolaro Chaguri - Suplente
Descrição da Defesa:

Este trabalho trata da história de um povo posto à deriva: os caiçaras da Jureia que vivem na região do Vale do Ribeira, entre os estados de São Paulo (SP) e Paraná (PR). Trata também de suas resistências à violência ambiental, conceito que proponho para compreender o circuíto de dispositivos de poder enredados à realidade caiçara após a criação da Estação Ecológica Jureia-Itatins, no ano de 1986. O objetivo principal do trabalho está em estabelecer uma crítica etnográfica à violência ambiental, a qual levou ao esvaziamento populacional integral de pelo menos 10 comunidades, além do despovoamento drástico de outras. Demonstro como essa forma de violência não se limita à expulsão, pois no exílio de famílias distanciadas pela política ambiental a solidão ainda lacera o cotidiano. A pesquisa ancora-se em diferentes técnicas, como o estudo bibliográfico, a consulta documental, bem como o recurso à linguagem literária e à fotografia. A etnografia focaliza, principalmente, a realidade de famílias caiçaras oriundas da comunidade do Rio Verde, com as quais mantive relações de pesquisa nos últimos 12 anos e próximas das quais pude viver ao longo de 3 anos de pesquisa de campo (2018-2021). A relação com os caiçaras marca a etnografia, a qual pendula de uma linguagem objetiva voltada a subsidiar ações no sistema de justiça do Estado, a uma escrita intimada em conversas, viagens e na comoção com os sentimentos dos caiçaras. A discussão ética e política sobre essa realidade é centralizada na crítica ao paradigma da preservação do meio ambiente, realizada com base em estudos de antropologia e filosofia política, bem como nos conhecimentos tradicionais caiçaras sobre o poder. No âmbito desta crítica, a situação histórica da Jureia desvela a incidência da intervenção acadêmica, bem como o papel inevitavelmente contraditório dos pesquisadores nos conflitos. A conclusão aponta para os riscos colocados por uma racionalidade ecológica neoliberal, a qual se amplia no espaço na devastação deixado pela aceleração das catástrofes e crimes ambientais. O que está sob ameaça é o ethos caiçara, isto é, uma forma de vida camponesa socialmente institucionalizada no comum, e que legou, segundo os próprios ambientalistas, uma das áreas mais conservadas do mundo.