Teoria crítica e populismo

Teoria crítica e populismo

Há uma enorme contribuição da Teoria Crítica para se pensar o diagnóstico de crise da democracia. Em primeiro lugar, as teses de Adorno e Horkheimer sobre a dialética do esclarecimento e, posteriormente, os estudos empíricos sobre a personalidade autoritária constituem referências fundamentais sobre o fascismo. Em segundo lugar, a própria noção de crise foi explorada por autores como Habermas em Crise de Legitimação, por exemplo. Dessa maneira, explorar os sentidos de uma nova crise da democracia a partir desses referenciais teóricos parece bastante promissor.

O conceito de populismo, por sua vez, não é inteiramente novo e já produziu uma vasta literatura no Brasil. Entretanto, a partir do trabalho de Ernesto Laclau, ele ganhou força e originalidade. Ao privilegiar o povo como unidade política, Laclau abre uma discussão com autores que vão da teoria política, como Carl Schmitt, passando pelo debate pós-estruturalista e a psicanálise. Se, por um lado, isso entra em choque com a concepção de democracia e pluralismo da sociedade civil defendidos por Habermas; por outro, tem pontos de contato com a psicologia das massas de Freud, crucial também para a primeira geração da Teoria Crítica.

O objetivo deste dossiê é apresentar trabalhos que insiram a Teoria Crítica no debate sobre populismo no Brasil e no mundo. Nesse sentido, contribuições que articulem pontos de convergência ou impossibilidades de conciliação entre a temática populista e a Teoria Crítica  serão bem-vindas.

Editores: Raphael Neves (Unifesp/Cebrap) e Paulo Yamawake (Cebrap)

Novo prazo para submissão: 30/06/2021

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