Mímesis, contemplação, autonomia

Experiência (e) estética na releitura de Adorno por certa terceira geração da Escola de Frankfurt

Autores

  • Artur Sartori Kon Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Resumo

Se a atualidade da Teoria Crítica é marcada pela avaliação do pensamento adorniano feita por Jürgen Habermas e em certa medida assimilada pelos demais pensadores da sua geração (como Albrecht Wellmer, Hans Robert Jauß e Peter Bürger), interessa-nos neste ensaio chamar a atenção para um certo “retorno a Adorno” que estaria em curso no presente. Para tanto, buscaremos apresentar brevemente quatro importantes filósofos alemães em atividade, os quais formariam uma “terceira geração” frankfurtiana: Josef Früchtl, Martin Seel, Christoph Menke e Juliane Rebentisch. A obra desses quatro professores será abordada a partir de suas reinterpretações do conceito de experiência, e sobretudo de experiência estética, na filosofia adorniana.

Biografia do Autor

Artur Sartori Kon, Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Pesquisador contratado através do processo nº 2018/24775-5, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Doutorando em Filosofia pelo Departamento de Filosofia da FFLCH/USP, sob orientação do Prof. Dr. Celso Favaretto. Artigo escrito como parte de um estágio na Universidade de Frankfurt Johann Wolfgang Goethe sob orientação do Prof. Dr. Christoph Menke.

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Publicado

2020-04-06

Edição

Seção

Artigos (Dossiê Temático)