Montaigne

Autores

  • Sérgio Luís Persch Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Resumo

O texto aqui traduzido é de Jakob Elias Poritzky (1876-1935). Este ensaio sobre Montaigne é o primeiro capítulo de um livro chamado
Geist und Schicksal (Espírito e destino). Consiste, o projeto geral do livro, em elaborar
uma série de retratos que são representativos do espírito moderno e/ou contribuem
significativamente para o rumo que a humanidade toma, ou então, a “sina” (Schicksal)
da modernidade. A postura que Poritzsky toma em relação ao que ele chama de
“sina” da modernidade é bastante crítica. Tanto que, para o final do livro, ele trata do
problema do judaísmo e antissemitismo (e da cultura do ghetto) considerando-os
fenômenos resultantes das tendências hegemônicas da cultura moderna. E a própria
modernidade enquanto tal, o autor inverte o sentido que ela teria atribuído a si
própria como idade esclarecida, contrapondo-a como uma recaída na obscuridade
frente às luzes renascentistas. É por isso que esses gênios que permanecem um
pouco à margem das figuras que conhecemos como instituidoras propriamente
ditas da modernidade (Descartes, Hobbes…), Poritzky os coloca na dianteira, como
é o caso de Montaigne e, logo na sequência, Pascal. Ele os vê como referências
críticas e esteios de resistência frente ao que forçosamente teríamos que admitir
como uma voragem excessiva e nefasta da modernidade a nos impor uma sina bem
pouco desejável. Entretanto, essa atmosfera geral um tanto quanto pessimista que
se depreende do livro como um todo não prejudica o tom alegre, com traços finos
de ironia, que percorre as páginas e cada um dos capítulos, a exemplo deste, sobre
Montaigne

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Publicado

2021-02-06

Como Citar

Luís Persch, S. (2021). Montaigne. Modernos & Contemporâneos - International Journal of Philosophy [issn 2595-1211], 4(10). Recuperado de https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/modernoscontemporaneos/article/view/4366