Sentir e compartilhar o mundo: Animais e humanos segundo Descartes

Feel and share the world: Animals and humans according to Descartes

Autores

  • Mariana de Almeida Campos

Resumo

Neste artigo discutirei duas questões sobre os animais e os humanos na filosofia cartesiana. A primeira questão diz respeito ao significado dos predicados sensíveis e será respondida de modo a mostrar que eles são equívocos nos textos de Descartes. Considerando a equivocidade desses predicados, defenderei que ela se justifica pela redefinição que Descartes propõe do conceito tradicional de alma, excluindo dele as partes vegetativa e sensitiva. A segunda questão diz respeito às implicações que aparentemente poderiam ser extraídas da tese cartesiana de que os sentimentos dos animais se reduzem a movimentos na matéria. Ao tratar dessas implicações, defenderei que Descartes estabelece uma classificação não hierárquica das criaturas, relacionada com o seu projeto de fundamentação de uma nova ciência, que elimina as causas finais como princípios inteligíveis de explicação do mundo e de sua criação e que recusa a visão antropocêntrica de que os humanos seriam o centro do universo.

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Publicado

2020-04-13

Como Citar

de Almeida Campos, M. (2020). Sentir e compartilhar o mundo: Animais e humanos segundo Descartes: Feel and share the world: Animals and humans according to Descartes. Modernos & Contemporâneos - International Journal of Philosophy [issn 2595-1211], 3(7). Recuperado de https://ojs.ifch.unicamp.br/index.php/modernoscontemporaneos/article/view/4087