Próximas Defesas

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Mulheres de pince-nez: imprensa feminina e o surgimento das jornalistas no Rio de Janeiro, 1852-1892
Aluno(a): Cristiane de Paula Ribeiro
Programa: História
Data: 03/05/2024 - 09:00
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Rodrigo Camargo de Godoi - Orientador (UNICAMP)
  • Izabel Andrade Marson (UNICAMP)
  • Silvana Mota Barbosa (UFJF)
  • Tania Regina de Luca (UNESP)
  • Stella Maris Scatena Franco (USP)
Descrição da Defesa:

Atualmente basta ligar a televisão, checar os sites ou podcasts de notícias para se constatar que as mulheres são maioria nas redações dos jornais e demais veículos de mídia espalhados pelo Brasil. Com efeito, partindo de uma vasta pesquisa nos jornais e em diferentes arquivos situados principalmente no Rio de Janeiro, a tese procura problematizar e historicizar este dado analisando suas raízes entre 1850 e 1890. Neste período, um grupo de mulheres iniciou-se no jornalismo no Rio de Janeiro, assumindo o papel de responsáveis pela produção intelectual e gráfica de seus jornais. O processo histórico em foco divide-se em três. A primeira relaciona-se ao jornalismo de modas, inaugurado no Jornal das Senhoras, em 1852. Longe de analisado como uma amenidade, a pesquisa revelou que este gênero era parte essencial de uma indústria dominada por mulheres, da qual participaram modistas, costureiras e jornalistas. A segunda etapa, investiga a atuação das jornalistas na Instrução Primária e Secundária do Império. A partir do jornal O Sexo Feminino analisa-se o imbricamento entre jornalismo e educação em meados da década de 1870. No terceiro e último momento, considerando o quadro mais amplo de criação das primeiras empresas jornalísticas no último quartel do século XIX, a tese dedica-se a investigar os temas políticos pelas penas das mulheres, como a abolição da escravidão, o republicanismo e a busca por seus direitos, associado a criação da Companhia Imprensa Familiar, sociedade anônima vinculada ao jornal A Família. Finalmente por intermédio da trajetória de Corina Coaracy, analisa-se o ingresso das jornalistas nos grandes jornais no Rio de Janeiro nas duas últimas décadas do século XIX.

Dois Dedos de Prosa: O ensino sobre Primeira República por meio das crônicas de Julia Lopes de Almeida no jornal O Paiz (1908-1912)
Aluno(a): Paula Bernadete Montanari
Programa: Profhistória
Data: 03/05/2024 - 14:00
Local: Teses I - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Rodrigo Camargo de Godoi - IFCH/UNICAMP - orientador
  • Profa. Dra. Josianne Frância Cerasoli - IFCH/UNICAMP
  • Prof. Dr. André Carlos Furtado - UNIFESSPA
Descrição da Defesa:

A pesquisa tem por objetivo coletar, transcrever e analisar os textos que compõem a série de crônicas “Dois dedos de prosa” publicados pela escritora Júlia Lopes de Almeida entre 1908 e 1912, no jornal O Paiz. No âmbito da proposta do Mestrado Profissional em Ensino de História, o objetivo da investigação é propor uma sequência didática para o nono ano do Ensino Fundamental que apresente alternativas aos estudos sobre Primeira República. Portanto, além das especificidades em torno da escrita feminina no início do século XX, a pesquisa analisará aspectos da sociedade e da cultura do período conforme enfocados nos textos, além de debater sobre periódicos impressos e o uso dessas mídias e de textos literários em sala de aula. A sequência didática, que constitui na criação de uma página da rede social Instagram com o perfil fictício de Julia Lopes de Almeida, foi aplicada em sala de aula pela pesquisadora responsável e teve a participação de uma amostragem de alunos entre treze e quatorze anos, matriculados no nono ano do Ensino Fundamental.

Palavras-chave: Bazilian First Republic; History teaching; O Paiz; Julia Lopes de Almeida; ProfHistória.

Arquivando a pandemia: transformação digital e luta pela memória na América Latina
Aluno(a): Ian Kisil Marino
Programa: História
Data: 13/05/2024 - 09:00
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Thiago Lima Nicodemo - Orientador (UNICAMP)
  • Josianne Frância Cerasoli (UNICAMP)
  • Anita Lucchesi (Universidade de Luxemburgo)
  • Miguel Soares Palmeira (USP)
  • Luciana Quillet Heymann (Fundação Oswaldo Cruz/RJ)
Descrição da Defesa:

Como foram arquivados registros da pandemia de COVID-19 na América Latina? Esse é o questionamento básico que orienta este trabalho. Observando os efeitos da transformação digital, a tese aborda os agentes, as estratégias, a documentação e, enfim, a experiência dos projetos criados especificamente para arquivar aspectos da vida durante a pandemia na região. Trata-se de uma pluralidade de iniciativas criadas por agentes que atuaram com variados graus de formalidade, compondo projetos que transitam entre a criatividade e a precariedade. Universidades, arquivos públicos, ativistas, páginas de redes sociais, anônimos, acadêmicos e voluntários estão entre os atores que adotaram estratégias diversas para coletar, organizar e prover acesso a registros sobre a vida durante a catástrofe da pandemia na América Latina. Tais projetos são observados por um olhar historiográfico, isto é, são objeto de uma reflexão sobre a constituição da história enquanto área do conhecimento a partir das operações que realizam nos campos do arquivo e da memória. Assim, procura-se entrelaçar uma história do arquivamento da pandemia com uma reflexão sobre como a experiência de tais projetos mobiliza, tensiona e cria interações entre noções fundamentais ao campo historiográfico, como arquivo, memória, história, testemunho, evidência, passado, presente, futuro, justiça, dentre outras. Inicialmente, reflete-se sobre as formas de coleta de registros por tais projetos em perspectiva à adoção de técnicas de composição e análise de base de dados para estudos históricos no meio digital. Em seguida, debruça-se sobre a experiência de arquivamento via redes sociais, destacando os contornos dos projetos que se utilizaram do Instagram e os desdobramentos das suas experiências para a construção de arquivos e histórias no meio digital. A terceira parte da tese aborda o caráter sensível dos projetos e dos registros da pandemia. Expressando traumas e feridas históricas coerentes com a catástrofe vivida, tais arquivos possibilitam uma rica imersão sobre a operacionalização de tempos históricos e a mobilização de sensibilidades em direção à reconstrução e ao fortalecimento comunitário. Do início ao fim, a tese reflete sobre o caráter global, a desigualdade e o caráter trágico expresso na experiência de arquivamento da COVID-19. Isso tudo imprime um tensionamento constante das noções de história e arquivo em perspectiva a uma prática ética no que concerne a eventos catastróficos, realçada em complexidade pela presença das tecnologias digitais. Como se argumenta, a própria experiência dos arquivos da pandemia é um caminho para encaminhar essa tensão, a partir da abertura a formas mais fluidas de mobilização do tempo histórico, da escuta da dor, do engajamento político e do agenciamento a partir as margens para a construção de arquivos calcados no cultivo do comum.

DISPUTAS PELA ADMINISTRAÇÃO DAS ALDEIAS INDÍGENAS NO ESTADO DO MARANHÃO DURANTE A UNIÃO IBÉRICA (1603-1647): A QUESTÃO DA LIBERDADE
Aluno(a): Manoel Messias Oliveira dos Santos
Programa: História
Data: 17/05/2024 - 10:00
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Camila Loureiro Dias - Orientadora (UNICAMP)
  • Aldair Carlos Rodrigues (UNICAMP)
  • Rafael Ivan Chambouleyron (UFPA)
Descrição da Defesa:

Esta pesquisa analisa as disputas entre os agentes coloniais no Maranhão pela administração das aldeias e do trabalho indígenas, bem como a política indigenista durante a União Ibérica (1603-1647), buscando compreender a ideia de liberdade colonial proposta e suas implicações no processo de incorporação dos nativos à sociedade colonial. Partindo dos primeiros contatos entre portugueses e indígenas na conquista do território, examina as estratégias dos portugueses em forjar alianças com os nativos e o processo de formação dos primeiros aldeamentos. Em seguida descreve e analisa o conceito de liberdade na legislação indigenista empregada pela monarquia hispânica e os projetos de aldeamentos do colono Bento Maciel Parente e do jesuíta Luís Figueira. Por fim, avalia a prática de administração das aldeias e dos indígenas aldeados na primeira metade do século XVII. A pesquisa sugere uma incompatibilidade entre a “liberdade” imposta pelo Estado colonial e a garantia da autonomia relativa dos povos indígenas integrados nos aldeamentos do Maranhão.

MANCHANDO: (O QUE) FAZER (COM) A MENSTRUAÇÃO. ESTRATÉGIAS E EXPERIMENTOS PARA VAZAR QUESTÕES FEMINISTAS ATRAVÉS DAS TECNOCIÊNCIAS
Aluno(a): Clarissa Reche Nunes da Costa
Programa: Ciências Sociais
Data: 27/05/2024 - 14:00
Local:
Membros da Banca:
  • Profa. Dra. Daniela Tonelli Manica - Presidente ( Unicamp )
  • Dra. Marilia Mello Pisani ( UFABC )
  • Dr. Henrique Zoqui Martins Parra ( Unifesp )
  • Dra. Fabiana Bruno ( Unicamp )
  • Prof. Dr. Marko Synesio Alves Monteiro ( Unicamp )
Descrição da Defesa:

Partindo do alerta de antropólogas indígenas sobre a falta de respeito da academia com cuidados necessários para se ter uma menstruação digna, a primeira questão de pesquisa que animou esta tese foi: “se e como a experiência de menstruar durante encontros etnográficos é expressa no modo como se produz conhecimento antropológico?”. Ao iniciar os trabalhos, lidei com as armadilhas colocadas por essa pergunta, em especial com o fato de saber, desde o começo, que essas experiências não são expressas. Assim, eu teria que utilizar metodologias capazes de evocá-las. Foi então que uma pergunta anterior revelou-se escondida dentro da primeira: “se e como é possível manifestar as marcas que os corpos possuem e, de forma segura, insistir em produzir conhecimento acadêmico/ institucional?”. Para seguir com esta questão, aliei-me com teóricas feministas dos estudos sociais da ciência e tecnologia e trabalhei com a hipótese de insistir em permanecer produzindo conhecimento, confeccionando conversas que não vão ferir os sentimentos estabelecidos da comunidade científica. A pesquisa etnográfica consistiu no planejamento, realização e análise de alguns experimentos. Para tanto, foram projetadas e utilizadas três estratégias metodológicas baseadas em ferramentas: de “des.enfeitiçamento”, para evocar os materiais de pesquisa; de “cestaria”, para coletar e transportar os dados; e de “figurações”, para imaginar e pensar junto com o que foi produzido. Com base nessas estratégias metodológicas, foram realizados cincos experimentos: no primeiro, “As antropólogas e suas menstruações”, experiências de menstruações (e suas ausências) vivenciadas por antropólogas foram dramatizadas em formato de caminhada por uma trilha ficcional; no segundo, “Manchas”, visualizações gráficas do sangue menstrual foram produzidas a partir do envolvimento com a consciência e o controle dos músculos vaginais; no terceiro, “Miçangas”, as propriedades de coagulação e cristalização do sangue menstrual foram tensionadas na construção de pequenos objetos, em uma aproximação material com teorias ameríndias; no quarto, “Caleidoscópio”, foi projetado um dispositivo digital de captura não-ofensiva da atenção, o qual foi apresentado à comunidade científica; no quinto, um conto de ficção científica foi composto a partir dos experimentos anteriores. Como resultado dos experimentos, é apresentada a figuração “armadilha” como estratégia de insistência para nós, corpos marcados. Esta estratégia nos permite experimentar formas de pesquisar que, ao mesmo tempo, são capazes de realizar as denúncias necessárias e colocam em prática modos possíveis de produção de conhecimentos tecnocientíficos que nos interessam. Por fim, conclui-se que a utilização das menstruações como material de pesquisa mostrou-se fértil, com bastante capacidade de provocar perturbações e deslocamentos. O potencial de encantamento estético do sangue menstrual funcionou como (contra)armadilha para fazer com que questões feministas pudessem vazar de forma segura. A lógica de produtividade, que faz com que as experiências de menstruação sejam ocultadas, perdeu espaço, temporariamente, para uma lógica de vida e de prazer dos sentidos.