Sobre o APSA:

[1]A análise da produção simbólica da vida social é indissociável da investigação dos sistemas de sentido que, atualizados na prática, nos permitem vislumbrar as normas e as regras pelas quais as pessoas partilham, contestam e transformam experiências. Entretanto, a própria estrutura que serve como base de entendimento para a performance simbólica pode ser apreendida etnograficamente, atenta ao contexto e à história de sua formação. Desta forma, é crucial atentar para o fato de que os fenômenos culturais são mais do que indicativos da reprodução da estrutura, bem como perseguir a ideia de que o fundamento desta sociologia da trama simbólica implica uma dupla reflexão: tanto acerca da constituição da política, como também da moral; tanto acerca do material, como também do simbólico.

Tal postura teórico metodológica dinâmica implica em um respeito ao discurso e à prática intersubjetivas, não pressupondo o trabalho do cientista social como simples descortinar de aparências em relação a uma realidade substantiva. Com foco, assim, no que é que expresso e como é expresso, performaticamente, no processo de significação da própria história, na exegese dos sujeitos e na reflexividade sócio antropológica, este procedimento conjuga a tarefa etnográfica e interpretativa como índices de um e mesmo contínuo movimento analítico. A ação social, assim, torna-se não apenas expressiva, mas eficaz, transformadora.