Linhas de Pesquisa

Cobrindo um leque amplo de objetos e de campos de investigação, existem 9 linhas de ensino e pesquisa que o Departanmento em conjunto com o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social articulam.

Linhas que partilham pressupostos teóricos e metodológicos comuns, centrados na apreensão das dimensões simbólicas da vida social e nas dimensões sociais do simbolismo, e voltados para o esquadrinhamento dos processos culturais, sociais, políticos e ideológicos em sua interface com a experiência dos agentes sociais. Isto tem contribuído para ampliar o diálogo entre os etnólogos, direcionados para o estudo sociológico e histórico das sociedades indígenas e os antropólogos que se dedicam à análise de migrações internacionais de populações ou os fenômenos culturais, simbólicos, religiosos e políticos da sociedade brasileira contemporânea.

 

  • Cultura e Poder

 

Esta linha de pesquisa focaliza as reconfigurações da cultura e da política no mundo contemporâneo, no contexto de debates teóricos sobre as articulações existentes entre cultura e poder, seja no âmbito das problemáticas atuais sobre colonialismo e pós-colonialismo, formação de nação e de diásporas, ou políticas de cultura, seja ao nível das experiências urbanas contemporâneas. Inclui estudos comparativos transnacionais entre Brasil, Portugal e Estados Unidos, bem como a antropologia da África Austral.

 

  • Trajetorias e Etnografia do Conhecimento

 

A linha de pesquisa Trajetorias e Etnografia do Conhecimento abriga interesses no estudo de sistemas de conhecimento contemporâneos ou históricos, científicos ou não. Abre-se ainda a interesses em etnografia de instituições, em biografia e trajetórias de pessoas e bens culturais, em epistemologia da (e na) antropologia e nos desafios postos pela interseção da antropologia com outros campos de conhecimento.

 

  • Territorialidades e Processos Sociais

 

Esta linha de pesquisa está voltada para o estudo de processos sociais e representações que envolvem diferentes agentes e instituições relacionadas à constituição de territórios. Ocupa-se de direitos sobre territórios; da problemática étnica; de trajetórias e construções identitárias; de disputas e conflitos territoriais e da gestão de recursos naturais.

 

  • Diferenças e Identidades

 

Esta linha de pesquisa aglutina investigações empíricas e reflexões teóricas sobre as relações, lugares e sentidos em que se produzem diferenças e identidades; sobre as diferenças consideradas relevantes; sobre a desigualdade e seus efeitos sócio-culturais, e sobre os processos políticos e culturais da produção de semelhanças e diferenças identitárias.

 

  • Sexualidade, Gênero e Corpo

 

Esta área contempla estudos que articulam a problemática de gênero às expressões, experiências e práticas sociais, culturais e políticas em torno do corpo e da sexualidade. O objetivo geral dela é o de fornecer instrumentos para o refinamento teórico e metodológico a partir de investigações que, tomando variadas manifestações relativas ao corpo e à sexualidade, destacam as conexões entre gênero e outras categorias de diferenciação, tais como idade, raça, etnia e classe social. As linhas de pesquisa são delimitadas em meio às seguintes temáticas e campos da vida social: família, conjugalidade e parentalidade; curso da vida e gerações; erotismo, escolhas e identidades sexuais; usos, técnicas e tecnologias corporais; produção cultural e usos da imagem.

 

  • Natureza, Cultura e Tecnologia

 

Esta linha de pesquisa trata com novas abordagens o tema antropológico clássico da relação entre natureza e cultura, tão importante no passado da disciplina. A recusa a tratar essa relação como uma oposição tem sido parte essencial de recentes estudos que tratam de temas tão diversos como o lugar de animais e pessoas em ontologias e economias indígenas e camponesas, a ética dos direitos animais e os direitos intelectuais sobre conhecimentos tradicionais. O debate que envolve esses estudos tem sido afetado ainda pelo reconhecimento de que a biotecnologia, as tecnologias reprodutivas e outros fenômenos técnicos têm complicado mais ainda a clássica oposição entre natureza e cultura no pensamento antropológico.

 

  • Religiões no Mundo Contemporâneo

 

Esta linha abrange o estudo das relações entre o Homem e o Sagrado nas suas mais diversas formas, desde as tradições indígenas até as religiões mundiais. O seu enfoque é tanto no conteúdo dessas formas - os seus mitos, ritos, e crenças quanto na prática os processos e contextos históricos em que elas se inserem.

 

  • Etnologia

 

A área de etnologia abrange basicamente as terras baixas da América do Sul, embora haja espaço para pesquisadores trabalhando em outras áreas do mundo. Os interesses dos etnólogos vinculados à área incluem a análise de discurso, cosmologia e religião, estética, mitologia e ritual, gênero, parentesco e organização social, história indígena e do indigenismo, as associações e o movimento indígena, questões territoriais, políticas e jurídicas, educação, urbanização e desenvolvimento.

 

  • Envelhecimento e Relações entre Gerações

 

A tradição antropológica no tratamento das categorias, grupos e classes de idade é combinada com o estudo das mudanças no modo pelo qual a vida é periodizada e a experiência etária é vivida por grupos sociais distintos nos segmentos mais jovens e mais velhos da população. Entendendo as idades como formas de classificação e hierarquização do mundo, o estudo das gerações está centrado na análise das relações de poder e dos espaços abertos para práticas sociais específicas, particularmente, no âmbito do que tem sido considerado como o reino da intimidade, do privado e da família e no que diz respeito à produção no campo científico, à esfera da justiça e às políticas públicas que pressupõem a solidariedade ou visam a coibir a violência entre gerações.