XII EHA - Os Silêncios na História da Arte - 2017 |
O Silêncio e a Arte parecem de início, opostos. A natureza não verbal e anulada do primeiro é, imediatamente, contrária ao sentido expressivo e eloquente, corriqueiramente, atribuídos aos objetos artísticos. Mas ambos guardam proximidades ontológicas, sobretudo quando tomamos a prática do Historiador da Arte, sempre silente e intimista com os objetos que, em si, necessitam de sua mediação para emitir seus ruídos. A maneira mais evidente dessa proximidade é o Silêncio como forma, na verdade, ele aparece representado ou evocado reiteradamente ao logo da história das imagens, seja materializado como um deus, Harpócrates, ou nas figuras inertes de Piero Della Francesca, louvado na poesia do belga Georges Rodenbach; está, também, nos vazios incomunicáveis da pintura de Hopper, na dimensão mística das cores em Rothko ou mesmo na cadência das tomadas dos filmes de Michelangelo Antonioni.
O Silêncio também assume a forma de omissão. A omissão de determinados temas, culturas, movimentos, artistas ou períodos da História da Arte. Ele pode calar gêneros, raças, tipos físicos e sociais por tiranias de gosto, por preconceitos ou mesmo por modas passageiras. Mas ele também pode se salutar, pois é necessária sua presença na relação/apreensão das obras; como uma experiência sensível, não é menos presente na recepção das obras e afeta seus modos de exposição, basta nos atermos aos recursos sonoros, audiovisuais e discursivos das “megaexposições”, ora eles orientam as digressões diante das obras, ora interferem ruidosamente no processo de conexão sensível com o objeto exposto. O silêncio, muitas vezes, está inerente ao processo criativo dos artistas – Como eles são capazes de tornar visível o silêncio? - Longe de ser uma mera ausência de som, o silêncio chama provavelmente também ouvir, expressar, representar.
Dessa maneira é possivel abordar, a título de indicação, mas não de exclusividade, os seguintes pontos: - O silêncio e os discursos nos tratados (retóricos, de arte, filosóficos, etc); - O silêncio e as palavras nos escritos religiosos (sermões, exegese bíblica, manuais de devoção), há, também, sua relação com as práticas espirituais; - O silêncio e os sujeitos da história (mulheres, negro, grupos sociais e etc). - Expressão e função do silêncio na literatura: processos estílisticos, figuras de linguagem (elipses, aposiopeses, onomatopeias), o silêncio como jogo literário; - Expressão e representação do silêncio nas artes: pintura, escultura, música, cinema, quadrinhos, desenho, fotografia, etc; - Repressão institucional das palavras e seus efeitos: censura, autocensura, palavras difundidas clandestinamente, resistência; - Silêncios na historiografia, na representação política e social.
04 de dezembro de 2017 (segunda-feira)
08:00-13:00
13:30 Abertura - Comissão de Organização do XII EHA
14:00-16:00
Prof. Dr. Alexander Gaiotto Miyoshi (UFU) Prof. Dr. Kayami Satomi Farias (UFU)
19:00 Abertura da Exposição: ORA PRO NOBIS: o silêncio na obra de Lelio Coluccini Fotografias de Josemar Giorgetti Curadoria: Prof. Dr. Marcos Tognon (IFCH-UNICAMP)
05 de dezembro de 2017 (terça-feira)
8:00-13:00
14:00 às 17:00 Prof. Dr. Gabriel Ferreira Zacarias (IFCH-UNICAMP) Profa. Dra. Paola Berenstein Jacques (IFCH-UNICAMP/UFBA) Prof. Dr. Paulo Kiyoshi Abreu Miyada (Instituto Tomie Othake) Profa. Dra. Luana Saturnino (IFCH-UNICAMP)
19:00 Prof. Dr. Dennis Geronimus (New York University) mediação e debate: Prof. Dr. Luiz Marques (IFCH-UNICAMP), Profa. Dra. Patrícia Meneses (IFCH-UNICAMP)
06 de dezembro de 2017 (quarta-feira)
8:00-13:00
14:00 às 17:00 Profa. Dra. Valéria Alves Esteves Lima (UNIMEP) Dra. Ana Carolina de Moura Delfim Maciel (CMU-UNICAMP) Profa. Dra. Leticia Coelho Squeff (UNIFESP)
18:00 Prof. Dr. Jorge Coli (IFCH-UNICAMP) Prof. Jacques Bonnet (Saint-Sever) Prof. Dr. Ricardo Coelho (UFSJ) Lançamento do livro: As duas idades da mulher ou memórias de um velho apaixonado (Jacques Bonnet, edição bilíngue)
07 de dezembro de 2017 (quinta-feira)
8:00-13:00
14:00 - 15:30 Profa. Dra. Juliana Bevilacqua (USP) Prof. Dr. Roberto Conduru (UERJ)
16:00 – 19:00 Prof. Dr. Nelson Aguilar (IFCH-UNICAMP) Exibição dos documentários: "Quem é Bardi?' - Direção: José Roberto Aguilar. Instituto Lina Bo e P. M. Bardi (2001). "Pintura francesa- da origem à atualidade na coleção do MASP" - Direção Lucila Meirelles. Museu Arte de São Paulo (1992)
Comitê de organização
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